1.8.05

Veredas da justiça

Quando pequeno, eu morava no interior do estado do Maranhão. A rodovia Belém-Brasília ainda era de terra, e era pouco mais larga do que uma estrada de duas pistas. Dela partiam diversas estradinhas mais estreitas ainda, que davam em cidades pequenas.

Dessas estradinhas, saíam "carroçais" (estradas para carroças ou charretes), que acabavam em fazendas. Dentro das fazendas havia caminhos que ligavam uma casa a outra.

Geralmente de um lugar desses para outro havia veredas: mais do que as "picadas" que se fazia para andar no mato e menos do que um caminho.

Essas veredas, conhecidas de quem as usava, muitas vezes sumiam, quando encontravam chão pedregoso ou um rio, para retornar logo após. Deixavam um viajante inexperiente completamente perdido se não conhecesse o lugar ou não tivesse um guia.

A justiça é assim: Como uma vereda, que deve ser seguida. As vezes ela desaparece e deixa seu seguidor confuso, que não consegue mais vê-la, ou se depara com o que parece ser uma vereda e na verdade não é.

Um das coisas que o Bom Pastor nos proporciona é orientação para reconhecer a "vereda da justiça".

Como seria bom se a justiça fosse semelhante a uma rodovia asfaltada. Seguramente, todos andariam por ela, mesmo que tivessem que pagar pedágio. Mas não é assim. As vezes a justiça precisa ser imposta. Muitas vezes é necessário sermos obrigados a segui-la, pois não a vemos, ou não a reconhecemos.

O Bom Pastor, nos guia pelas veredas da justiça.

Como resolver aquele problema que demanda imparcialidade? Como dar a alguém o que lhe pertence sem prejudicar a outro? Como exigir aquilo a que temos direito sem ferir a outros que precisam dele igualmente?

Na verdade, em todas as ocasiões de nossa vida estamos aplicando a justiça. No repartir o alimento, no premiar nossos filhos, no presentear nossos queridos. E em tantas outras situações, jamais fugiremos dessa atribuição que nos foi dada por nosso Criador.

A felicidade é que Ele mesmo nos leva por esses caminhos e faz com que, passando por eles, não apenas reconheçamos o que devemos fazer, mas com que façamos. E, isso, sem perder o caminho.

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