26.9.05

Unges a minha cabeça com óleo (1)

Não há a menor dúvida de que ao dizer “unges a minha cabeça com óleo” o escritor do Salmo 23 está falando das bênçãos que Deus derrama em nossa vida. Porém ele está usando uma figura conhecida pela grande parte do povo do qual ele, agora, era pastor como havia sido, na adolescência, pastor do rebanho de seu pai Jessé.

Ora, se a figura era bem conhecida, ao preferí-la, para ilustrar as bênçãos que o verdadeiro pastor derrama sobre todos, ele tem em mente uma determinada lição, que só podemos entender hoje se soubermos a razão, porque os pastores daqueles dias ungiam as cabeças de suas ovelhas com óleo.

Uma das razões era a proteção das próprias ovelhas, que lambuzadas de óleo não se machucavam muito ao trocarem marradas. Não deixa de ser irônico saber que uma das razões dessa grande bênção, que alguns chegam a tomar como uma alegoria da unção com Espírito Santo, seja para que possamos, vivendo em comunidade, nos suportar mutuamente.

Você, já observou como muitas vezes é dolorosa a vida com outros irmãos? Não se esqueça: o bendito óleo, que o verdadeiro Pastor derrama sobre nossa cabeça, torna nosso convívio suportável.

Como vai seu relacionamento com seus irmãos? Abençoado pelo santo óleo do Bom Pastor? Ou a trancos e barrancos?

Mas há outra utilização para o óleo. Fica para outra mensagem.

19.9.05

A mesa preparada pelo Senhor

Sempre que alguém precisa de meus conselhos, percebo que mais do que uma orientação sobre que caminho seguir, ou que decisão tomar, há, latente, uma grande dificuldade em romper com aquilo que o conduziu ao problema que vive.

O que conduz as pessoas aos problemas, geralmente, é algo tão simples que passa despercebido de cada um. Não tenho, ao longo de minha experiência, encontrado muitas pessoas que sofram diretamente uma ação do maligno, e, curiosamente, em nossos dias ele tem levado a culpa de quase tudo.

Não duvido que ele possa fazer mal, mas os problemas com que a maioria se debate vem de fontes mais prosaicas: os próprios desejos.

O que estou tentando dizer é que nós mesmos, na maioria das vezes, é que arranjamos nossos próprios problemas. Eles são frutos da fascinação que o mundo exerce sobre cada um de nós, da nossa própria natureza desordenada que muitas vezes gosta mais daqilo que não deve. Ou seja: geralmente são frutos da simples desobediência à Palavra de Deus.

Será que você não está se preocupando demais com o inimigo, e deixando passar essas coisas, que, no fundo, são tão inimigos também, e, muitas vezes, mais eficazes em levá-lo ao buraco? Preste atenção: O Bom Pastor, preparou para você uma mesa. Mesa esta que lhe custou muito. Mesa esta que foi preparada na presença de seus inimigos. Reparou que o Salmo fala de mais de um inimigo?

A mesa do Senhor é lhe oferecida em contraste à fascinação que o mundo exerce sobre você, em contraste com o que sua própria natureza lhe convida a fazer e, também, em contraste com a mesa que o inimigo maior lhe prepara.

Qual você escolherá? Disso depende uma vida calma aos pés de Senhor. Quantas vezes, você se levanta da mesa dele, fascinado pelas outras e deixa o alimento mais saudável para escolher o alimento terrível que ao final lhe intoxica?

Reforce suas energias com o verdadeiro alimento e viva para ele.

5.9.05

Uma mesa

Dentre as coisas que o bom pastor não deixa faltar às suas ovelhas, está também uma mesa. Já até ouvi você perguntando? E ovelha usa mesa?

Lembre-se de que quando Davi escreveu esse Salmo ele já era comandante de exércitos e via-se como pastor de Israel. Como ele, na juventude fora pastor do rebanho de seu pai Jessé, agora ele é o pastor do rebanho de seu Pai celeste.

Mudando o tipo de rebanho, muda-se também o tipo de cuidados. Entretanto todos os cuidados que o rebanho de Deus precisava estavam figurados nos cuidados que ele dispensou as ovelhas de seu pai Jessé.

Do mesmo modo como ele levava as ovelhas a pastos verdes onde podiam alimentar-se bem, agora Davi conduzia outro rebanho - seu povo - a uma alimentação, semelhantemente nutritiva.

Entretanto a figura é mais profunda, pois aqui pode ser vista uma maravilhosa alusão à mesa que o verdadeiro pastor preparou. Você se lembra, como aquela refeição às vésperas de sua morte foi preparada com antecedência?

Lembra-se de que ele enviou dois discípulos a um lugar que eles só saberiam onde era, quando encontrassem um homem carregando água em um cântaro? Afinal Judas não deveria saber com antecedência onde ele estaria, pois levaria seus inimigos para lá e estragaria o momento, que, segundo ele mesmo disse, estava ansiando por ele.

Lembra-se de que naquele momento ele dispôs-se a fazer o trabalho de servo e lavou os pés de todos?

Lembra-se de que aqueles benditos elementos passaram a fazer parte da maior lembrança e dádiva que ele nos deu?

Lembra-se do quanto lhe custou fazer com que tudo aquilo nos viesse totalmente por sua graça?

Entendeu que esta pequena frase, também é uma alusão profética, nos dias de Davi, ao que o verdadeiro pastor haveria de fazer, e em nossos dias é a narrativa do que ele já fez?

Se ele preparou-lhe uma mesa com tanto sacrifício, você ousaria não participar dela? Ousaria a não receber o alimento mais saudável que pode receber? Não desanime: examine-se diante dele e participe daquilo que lhe custou tanto que não há palavras que descreva.