10.8.05

Vale da sombra da morte

Certamente, você já deve ter passado por alguns lugares que “metem medo”. Eu já passei por alguns. Aliás, já passei por tantos que nem me lembro mais de todos eles.

Ruas escuras, desertas, ou, as vezes tão cheias que não se pode ter certeza de chegar ileso ao destino.

E as paradas obrigatórias nos cruzamentos depois de meia-noite? Vidro fechado. Olhar preocupado por todos os espelhos e a ânsia de que o sinal abra logo.

Embora eu esteja descrevendo o que geralmente acontece a quem vive na cidade grande, dá pra imaginar o que pode acontecer a quem precisa andar por uma estradinha deserta.

Entretanto convém lembrar de que essas descrições podem ser figuras de quem passa por um problema que não tem qualquer coisa a ver com ruas ou estradas. Por exemplo, uma doença ou um longo período de desemprego.

Há na Palavra de Deus um texto que diz o seguinte: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte...”.

Há quem localize esse vale na estrada que ligava Jerusalém a Jericó, em uma passagem estreita entre dois montes. Nos dois lados desse vale havia muitas cavernas em que os ladrões, escondidos, emboscavam os viajantes. Era tão perigoso passar por lá, que diziam que lá, a morte fazia sombra.

Não tenho certeza de que o salmista esteja se referindo a esse lugar. Porém a certeza que fica é que a morte faz sombra.

Quantas vezes nós enfrentamos problemas que são verdadeiras ameaças às nossas vidas? A apreensão que era distante no passado, hoje está presente num simples cruzamento de rua, ou mesmo no sair de casa. Porém é sombra.

Ora, a sombra só acontece devido à luz, ou mais precisamente ao sol. Portanto se há sombras em nossa vida, certamente há um sol. Também, vale a pena lembrar que as sombras são passageiras. O sol só é encoberto por algum tempo. Depois ele volta a brilhar.

Depois de muitos anos voltei à fazenda onde vivi até minha infância. Lembrei da pedra alta que ficava atrás da casa de meu avô e resolvi subir lá: à direita ficava a casa de meu tio, que naquela hora estava na sombra de uma nuvem. Na frente estendia-se, vindo até perto da varanda, a parede do açude, que separava a água, do lado esquerdo da várzea do lado direito. Na extremidade esquerda ficava a casa de outro tio.

Porém, quando voltei os olhos, a sombra da nuvem já estava na várzea.

Além das lembranças que voltaram, veio também a certeza de que as sombras são passageiras.

Espero, de todo meu coração, que se você esteja agora “debaixo de uma sombra”, não se esqueça que por mais tempo que ela dure, ela sempre acaba. Mas, muito mais do que essa lembrança, tenha a certeza que além dela, brilha o sol.

Um comentário:

Unknown disse...

Encantado! pela maneira que descreveste o vale da Sombra da morte... Parabens e com certeza esta sabedoria enriquece nossas mensagens quando pregamos. Valeu pastor!